A informação veiculada em quadros e gráficos estatísticos é imensa e multivariada. Geralmente, fazem-se análises particulares segundo o ângulo que ao observador interessa mais, que noutros momentos, pode ser muito diferente. Assim, creio que o disponibilizarem-se quadros e gráficos estatísticos aos estudiosos é muito importante e que, num blogue, permite que se faça debate das interpretações e análises que cada observador faz dos dados apresentados.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Google Analytics dominates the top 500 websites

via Royal Pingdom de royal em 28/05/08

Google Analytics has only been available for about two years, but is already used by one third of the top 500 websites in the world.

We here at Pingdom use Google Analytics ourselves and were curious to see how many of the top web properties out there use it. We put the Alexa global top 500 websites under the microscope and found that 161 out of these 500 websites are using Google Analytics, which is 32.2%.

Google Analytics market share

Google Analytics was released in November 2005, but the initial storm of signups forced Google to restrict signups until August of 2006, when the service was made generally available.

Before Google purchased Urchin (which Google Analytics is based on), it was just another statistics package on the market. Google has basically taken a commercial service, rebranded it and released it for free, giving it a significant competitive advantage. Why pay for other, similar services when you can use Google Analytics for free?

Much due to this competitive advantage, and probably also helped by its strong brand, Google has come to dominate the website statistics market in very little time. (We hope they never try to do the same with uptime monitoring…)

Even though website statistics is only a secondary market to Google, the free availability of Google Analytics must have had a profound effect on the bottom line for competing, commercial products from companies who cannot afford to offer their services for free.

About the survey: We only accessed the initial page, for example www.cnn.com, and checked if the HTML code contained a reference to either "google-analytics.com/urchin.js" or "google-analytics.com/ga.js".

domingo, 25 de maio de 2008

Coisas menores, ou talvez não…

via cinco dias de Ana Matos Pires em 25/05/08

Estava a passar os olhos pela versão "nética" do DN e na rubrica "Os dias contados", do Alberto Gonçalves, esbarrei com a seguinte conclusão: "Não há nenhum motivo para tratar as mulheres ao volante como débeis mentais e cobri-las de medidas paternalistas e humilhantes. Essas ficam reservadas para as mulheres na política, as quais, conforme as quotas e o próprio BE justamente admitem, são uns casos perdidos de subalternização e incapacidade."

O assunto é menor, sem dúvida, mas se calhar aplica-se na perfeição o velho provérbio "grão a grão enche a galinha o papo" e dar importância às coisas mais pequenitas não exclui medidas simultâneas com as mais grandes - até ver ainda se consegue olhar para o lado e actuar em "multifunção", digo eu.

Não sou uma defensora convicta das quotas femininas na política, tenho sérias dúvidas da sua eficácia sobretudo porque me parece que esta medida pode acabar por mascarar as reais causas da referida desigualdade de géneros. Em todo o caso percebo os argumentos daqueles que a defendem como "medida paliativa intercalar" e, nesse sentido, não a considero uma prova de subalternização e incapacidade feminina, muito menos me parecendo que a sua defesa faz prova definitiva da menoridade do mulherio ou que é a assumpção de que as mulheres são um caso perdido, qual debilidade ligada ao cromossoma X.

Por outro lado, não deixa de ser curioso que o exemplo escolhido para fazer o paralelismo - a sinistralidade no feminino - acabe por, indirectamente, dar razão aos argumentos dos defensores das quotas, ora leiam:

"Por exemplo no ano de 2006 intervieram em acidentes de viação 13.617 condutores do sexo feminino contra 42.209 do sexo masculino.

Mas não se pense que tal facto é essencialmente devido ao número mais elevado de condutores do sexo masculino.

Na verdade, observando o seguinte quadro, verificamos que a percentagem mais elevada de condutores em Portugal situa-se entre os 25 e os 44 anos de idade sendo, curiosamente, neste período etário que a percentagem de homens e mulheres habilitadas a conduzir é muito próxima: os condutores do sexo masculino com uma percentagem de 55,9 % e do sexo feminino com 44,1 %.

Não obstante tal proximidade em termos percentuais, a verdade é que, em 2006, dos 57.433 condutores intervenientes em acidentes de viação apenas 13.617 foram do sexo feminino.".

Às vezes sai-nos o tiro pela culatra e, às tantas, aumentar o número é mesmo importante.

Sinistralidade

A segurança rodoviária tem sido, nos últimos anos, uma prioridade
nacional e uma constante preocupação de todos os Estados Membros da
União Europeia.

O número de acidentes de viação tem diminuído nos últimos anos em
Portugal, apesar de ainda se registarem muitas vítimas mortais e
feridos graves nas nossas estradas.

Veja-se a este propósito o ano de 2007 que, de acordo com dados
provisórios apresentados pelas entidades responsáveis, morreram em
Portugal Continental 858 pessoas em resultado de acidentes de viação,
havendo ainda a registar 3090 feridos graves e 42.631 feridos leves.

Na verdade, e não obstante o acréscimo de automóveis a circular nas
nossas estradas e o aumento do número de condutores em Portugal que, de
acordo com os últimos dados disponíveis, apresentou um crescimento
médio anual de 4,2 %, a redução de sinistralidade é, efectivamente, um
facto notório e indiscutível em Portugal.



Nesta conjuntura de redução de sinistralidade e do aumento de
condutores em Portugal é importante destacar o aumento do número de
condutores do sexo feminino.

Neste contexto, é inquestionável o papel cada vez mais preponderante
dos condutores do sexo feminino em ambiente rodoviário, e uma conclusão
facilmente se retira: enquanto o número de mulheres habilitadas a
conduzir é cada vez mais elevado, como facilmente se constata do último
relatório do Observatório de Segurança Rodoviária datado de Março de
2007, a sinistralidade rodoviária tem vindo a diminuir em Portugal.

Este dado é, sem dúvida, muito importante e merece um estudo e
reflexão aprofundado e que, desde logo, contraria a opinião, de muitos,
sobre as aptidões femininas para conduzir ou, quanto mais não seja, no
modo como encaram a tarefa e a responsabilidade de conduzir um veículo
a motor na via pública.

Veja-se, a este propósito, o seguinte quadro extraído do relatório
anual de estatística de 2006 da ANSR-Autoridade Nacional de Segurança
Rodoviária, onde se verifica que as mulheres representam cerca de 37%
dos condutores em Portugal, com um crescimento médio anual de 5,4 %,
tendo os condutores do sexo masculino registado um crescimento de 3,5 %.


Assim, se analisarmos e compararmos este crescimento com o fenómeno da
sinistralidade rodoviária, verificamos que foram os condutores do sexo
feminino quem menos intervieram em acidentes de viação.


Por exemplo no ano de 2006 intervieram em acidentes de viação 13.617
condutores do sexo feminino contra 42.209 do sexo masculino.

Mas não se pense que tal facto é essencialmente devido ao número mais elevado de condutores do sexo masculino.

Na verdade, observando o seguinte quadro, verificamos que a percentagem
mais elevada de condutores em Portugal situa-se entre os 25 e os 44
anos de idade sendo, curiosamente, neste período etário que a
percentagem de homens e mulheres habilitadas a conduzir é muito
próxima: os condutores do sexo masculino com uma percentagem de 55,9 %
e do sexo feminino com 44,1 %.

Não obstante tal proximidade
em termos percentuais, a verdade é que, em 2006, dos 57.433 condutores
intervenientes em acidentes de viação apenas 13.617 foram do sexo
feminino.


Esta diferença acaba por se reflectir nos números de vítimas mortais e
de feridos graves do sexo feminino e do sexo masculino. No caso das
vítimas mortais a disparidade ainda é maior, de totais de 39 mulheres
para 507 homens em 2006, como se pode ver no quadro seguinte.


Em síntese, os condutores masculinos envolvem-se em mais acidentes do
que as condutoras mulheres, mesmo tendo em conta o número de condutores
homens e mulheres. Esta diferença é ainda mais acentuada quando se
contabilizam as vítimas mortais entre os condutores, por género. O que
indicia uma menor propensão para comportamentos de elevado risco pelas
mulheres, como velocidades muito elevadas, manobras perigosas, etc.

Se esse comportamento é motivado apenas por diferenças culturais e
pelos papeis sociais tradicionalmente atribuídos ou se também faz parte
das características intrínsecas do homem e da mulher é uma discussão
que fica em aberto.

Tierra cultivable y población mundial


Enviado para você por Rui Moio através do Google Reader:

via Diario de un asceta de José Manuel Correa Martín em 14/05/08
Tengo que reconocer que soy un retorcido mental. Sin saber como me pregunto la superficie de esta esfera en la que vivimos, rápidamente lo averiguo y veo que son: 510.065.284,70 km2, pero con el inciso, de que el 71% es agua por lo que se deduce fácilmente que solo el 29 es de lo que llamamos tierra. Hago mis cuentas y este 29%, lo traduzco a Km2 y me da 147.918.932,56. Siguiente pregunta ¿Qué parte de la misma es cultivable? Y a vienen las primeras pegas (Según la fuente a que te acerques, te da una cantidad distinta), pero suponiendo el mejor de los casos, que sea el 0,6 (En el grafico de superficie se observa que esta cifra es menor), hectareas por persona, de las mismas, tendríamos 88.751.359,54 Km2.
Sigo con mis dilucidaciones, y me voy dándome a esta hora (18:11) 6.667.621.011 habitantes. Como os suponéis la siguiente pregunta es si nos repartieran la tierra cultivable, cuanto nos pertenecería. Bien tocamos 1,33 hectáreas (Me parece una exageración, pero dejémoslo ahí)
En su día : A nivel mundial sabemos que la biocapacidad existente es aproximadamente de 1,7 hectáreas por habitante en el mundo, es decir, que si repartiéramos el terreno biológicamente productivo tocaríamos a 1,7 hectáreas por individuo. Ahora bien, la huella ecológica media mundial es actualmente de 2,8 hectáreas por habitante, lo que significa que se necesitarían dos mundos para satisfacer el actual ritmo de consumo y generación de residuos.
La cifra la podemos dar por buena, puesto que en las 1,7 hectáreas, entran:
Superficie artificializada: cantidad de hectáreas utilizadas para urbanización, infraestructuras o centros de trabajo.
Superficie necesaria para proporcionar alimento vegetal.
Superficie necesaria para pastos que alimentan ganado.Superficie marina necesaria para producir pescado.
Superficie de bosque necesaria para servir de sumidero del CO2 que arroja nuestro consumo energético.
Ya vemos que la huella ecológica la hemos superado con creces, pero investigo si la tierra cultivable y me encuentro con esto:

O sea que no solo no va en aumento sino que disminuye.
Este es grafico de población desde que el mundo es mundo hasta la actualidad

Haciéndole caso a mi amigo , la población nos sube exponencialmente, tendremos
7.000 millones hacia el 2010
8.000 millones hacia el 2027
9.000 millones hacia el 2043
Luego si la población aumenta y la superficie cultivable disminuye, o hacemos caso a la teoría de Malthus, viene un virus que nos extermine o que alguien me diga que solución tiene esto.

Búsqueda en Google de:

Coisas que você pode fazer a partir daqui:

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Using Google Analytics to Compare Search Engine Traffic Over Time


Enviado para você por Rui Moio através do Google Reader:

via ProBlogger Blog Tips de Darren Rowse em 21/05/08

What statistics do you monitor in Google Analytics?

I've written before on some of the statistics that I monitor on my blogs but one that I didn't include is to look at the traffic coming in from Search Engines over time.

Here's one of my favorite ways to get a quick overview of whether my blog is on the rise or not with regards to traffic from Search Engines.

search-traffic.png

The above graph (click to enlarge) is generated in Google Analytics and compares traffic from search engines to Digital Photography School (just the blog, not the forum) over the last two months.

The last 30 day period is the blue line and the month before that is the green line.

This graph immediately tells me that traffic is up from search engines over the last month.

search-traffic-changes.png

The screen shot above (click to enlarge) shows that Search Engine traffic is up by 12.85% and also highlights where the rises in traffic have come from over the two periods (as well as other information between the two periods like the bounce rate, average time on site, pages visited per visitor etc).

How do you get this graph and information?

Here's a quick step by step process (to do this you need to have run Google Analytics for at least two months).

1. Log into your Google Analytics account

2. In the left hand menu click 'Traffic Sources'

traffic sources.png

3. Then select 'Search Engines' in the sub menu that opens up

search engines.png

4. This will open up the last month of your Search Engine traffic with a graph.

5. On the right hand side of your screen and towards the top you'll see the date range of the last month. Click this open to get to this screen.

dates.png

6. In that box you'll see a 'Comparison' drop down menu. Click on the 'Date Range' option.

date range.png

7. You can leave the blue date range as is - but with the 2nd date range (green) select the dates you want to compare. Then click 'Apply'.

Note: I always choose dates that correspond to the days of the week chosen in the 1st (blue) date range. If the blue date range starts on a Sunday and ends on a Monday make the green range start on Sunday and end on Monday too.

While this leaves a few days not charted in between the date ranges it means that you're comparing days of the week with the same days of the week in the two months. This makes it easier to see the comparison as the graph will usually rise and fall in the same pattern.

2nd date range.png

You now can see how the two month's compare. This is where my analysis often stops as it gives me a snapshot view of how things are going. But from this point there are any number of ways to drill down further including:

Drilling Down Further

You can drill down further to see a graph for each search engine by scrolling down the page a little and clicking on one of the links of the search engine you want to compare over the two months.

google.png

This will take you to a page where you can see just the comparison in what traffic Google, or Yahoo might have brought. For example clicking on the Google stats takes me to a graph like this (similar to the above one as Google is my major source of SE traffic):

google-traffic.png

Once on this page there's more interesting insights to be had as they allow you to see your top keywords. For example I can see the comparison for the search term 'DSLR' for the two months which has seen a 17.03% increase in traffic as a result of people searching for that term.

DSLR.png

If I click on the 'dslr' link I can even see a graph of the two months again and the traffic for each day of the week for that particular keyword.

dslr comparison.png

This is useful if you've been optimizing a particular word or just simply to analyze one search result might have been having a significant shift. I now have some hints on a keyword that I might want to optimize a little better now.

There are literally hundreds of threads of statistics that Google Analytics can provide you with. This is just one of my favorites. How do you use it to provide you with interesting and more importantly useful information on your blog and how it's going?

PS: Here's another fun comparison for those of you who have been using Google Analytics for a longer period of time. Use the same process outlined above to compare longer periods of traffic. For example - here's my overall traffic at DPS from the first five months of this year as compared to the first five months of last year:

all-traffic-jan-may.png

There might not be a lot to glean from this graph - but it sure is motivating to look where you've come from - it's a 94% increase. Something to motivate me for the next 12 months!

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Coisas que você pode fazer a partir daqui:

Guiné 63/74 - P2862: Estatísticas da Guerra (2): Mortos por ano, segundo a o...

Enviado para você por Rui Moio através do Google Reader:

via Luís Graça & Camaradas da Guiné de Luís Graça em 20/05/08

Os Mortos do Exército Português na Guerra da Guiné

A. Marques Lopes, ex- Alf Mil Inf( hoje Cor DFA, reformado), CART 1690 (Geba) / CCAÇ 3 (Barro).

Mortos em cada ano, postos e causas








* Morreram nestes anos já na metrópole, para onde tinham sido evacuados em 1973.
__________
Notas de vb:
1. Principal fonte bibliográfica consultada: Resenha histórico-militar das campanhas de África : 1961-1974 / Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África (Os seus dados respeitam, portanto, unicamente ao Exército, não estando incluídos os dados da Força Aérea nem da Marinha. A. Marques Lopes.
2. Artigos relacionados em:

Coisas que você pode fazer a partir daqui:

terça-feira, 20 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2860: Estatísticas da Guerra (1): Mortos por ano, segundo a ...

Enviado para você por Rui Moio através do Google Reader:

via Luís Graça & Camaradas da Guiné de Luís Graça em 19/05/08
Os Mortos do Exército Português na Guerra da Guiné

A. Marques Lopes, ex- Alf Mil Inf( hoje Cor DFA, reformado), CART 1690 (Geba) / CCAÇ 3 (Barro).

1. Evolução do nº de mortes (recrutamento local e metropolitanos) ao longo dos anos

Clicar na imagem para ver melhor

2. Total de mortos por postos

3. Recrutamento local: Mortes/ano por causas

4. Total de Milícias Mortos por ano

5. Milícias Mortos por função/cargo

__________
Notas de vb:

1. Principal fonte bibliográfica consultada: Resenha histórico-militar das campanhas de África : 1961-1974 / Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África (Os seus dados respeitam, portanto, unicamente ao Exército, não estando incluídos os dados da Força Aérea nem da Marinha. A. Marques Lopes.

2. Artigos relacionados em:

9 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2826: FLING, mito ou realidade ? (2): Africanos contra africanos... (A. Marques Lopes)

5 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2811: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (3): De 1966 a 1967 (A. Marques Lopes)

Coisas que você pode fazer a partir daqui:

sexta-feira, 16 de maio de 2008

YouTube Add ‘Insight’ Video Metrics

via ProBlogger Blog Tips de Darren Rowse em 15/05/08

Google today announced that it has launched YouTube Insight - a tool for giving insight into who is watching your videos.

So today I logged into YouTube to see what information I could glean about the viewers of my videos. from the new stats. Here's what I learned about who is watching my videos:

Across my Channel they are predominately male (64%) and in the 45-55 year old bracket (36%):

Youtube-Demographics

Of Male viewers - the biggest group is actually aged 35-45.

Youtube-Demographics-1

Of the Female audience the largest group is 45-55.

Youtube-Demographics-2

Viewers are predominantly in the USA. Smaller audiences are in Canada, Australia, and India.

Youtube-Demographics-3

domingo, 11 de maio de 2008

São apresentadas em três linhas os falecidos na Guiné entre 1963-1974 que representam o grupo dos militares do recrutamento metropolitano, o grupo dos milícias e o grupo dos militares do recrutamento provincial da Guiné.

Constatamos que o somatório dos mortos dos grupos de militares oriundos da Guiné (milícias e recrutamento da Guiné) se aproxima do número de mortos do recrutamento metropolitano à medida que os anos vão passando. Este valor é grandemente ultrapassado em 1973, sinal claro que a guerra estava a africanizar-se e que o esforço de guerra pedido ao soldado metropolitano e das outras províncias ultramarinas em relação à Guiné iria ser cada vez menor.

Neste quadro não estão representadas as mortes da população civil (nem sei se há dados sobre isso) causados pela acção do inimigo - guerrilheiros do PAIGC.

Por outro lado, resta saber até que ponto, estão aqui registados todos os mortos oriundos da província da Guiné. Creio que a haver erros, serão mais do lado dos militares oriundos da Guiné e por defeito, do que, do lado dos militares do recrutamento metropolitano.

Estou profundamente interessado no estudo comparativo dos mortos na Guerra do Ultramar separando-os entre aqueles que são oriundos do recrutamento metropolitano dos do recrutamento provincial e isto para todas as províncias ultramarinas.
A guerra estava a africanizar-se em todas as frentes e ano a ano crescia a consciência de uma identidade nacional do todo o Portugal do Minho a Timor. E, com este andamento, acompanhado de um bom crescimento económico apenas se poderia prever a vitória da nossa posição que era a da autonomia progressiva das províncias ultramarinas. Poucos anos depois do golpe do 25 de Abril e da derrota militar e política das nossas forças, deu-se o colapso da União Soviética e deixou de haver razão para as guerras por procuração como foram apelidadas estas guerras pelo Prof. Adriano Moreira e por Alvin Troffler.
Infelizmente, por vezes, a História faz-se com mentiras, enganos, cobardias e traições!
Rui Moio



Fonte: Blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné" - post de 11Mai2008

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Pois é, Zèd [Taxa de mortalidade infantil em Portugal Continental- 2001/2006)]

via cinco dias de Ana Matos Pires em 02/05/08

Tu estás, o problema é que há quem não esteja. E já agora, que estamos a falar no assunto, a taxa de mortalidade infantil em Portugal Continental decresceu 31,3% entre 2001 e 2006.

Guiné 63/74 - P2818: FLING, mito ou realidade (II). A. Marques Lopes.

Enviado para você por Rui Moio através do Google Reader:

via Luís Graça & Camaradas da Guiné de Luís Graça em 08/05/08

Mensagem do A. Marques Lopes, de 8 de maio de 2008:


No passado dia 16 de Abril estive na Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto, a falar aos alunos do 12.º ano sobre "Guerra Colonial e Descolonização". Durou uma hora a minha prelecção, seguida de questões postas pelos alunos, das quais gostei (e que contrariaram um pouco o estudo divulgado pelo nosso Presidente da República em 25 de Abril...).

Ao ler o P2818 (ref. abaixo em notas de vb) colocado ontem, pensei que algumas coisas que disse àqueles jovens poderiam ter alguma utilidade. Só algumas, porque disse mais.

O nosso poder "soberano", como quis dizer o Magalhães Ribeiro, foi, mais exactamente, um "poder colonial".


A designação de "Colónia" encontra-se já no século XVII e XVIII e o termo "Província" entrou na linguagem do século XIX por via legislativa. É a Constituição de 1822, após a revolução liberal de 1820, que fala em "Ultramar" e "Províncias Ultramarinas", mas define o território da Nação como o Continente, as Ilhas Adjacentes,
o Reino do Brasil e as Colónias na África, Ásia e Oceania.
Mas não nos esqueçamos que 1822 foi o ano da proclamação unilateral da independência do Brasil...

A Lei nº 1005, de 7 de Agosto de 1920, decretada pelo Presidente António José de Almeida, é dirigida expressamente às colónias portuguesas, que se regem "por leis orgânicas especiais e por diplomas coloniais..." e estabelece várias medidas para o governo das colónias.
O Acto Colonial (Art.º 3.º), de 8 de Julho de 1930, (quando Salazar era Ministro das Colónias, e lembrar que Marcelo Caetano também foi Ministro das Colónias na década de 40) refere expressamente que "Os domínios ultramarinos de Portugal denominam-se colónias e constituem o Império Colonial Português".
Em 1938 era emitido nas oito colónias portuguesas um conjunto de selos que tinham impressas as palavras Império Colonial Português. É claro que, em 1951, o regime alterou a Constituição para designar as colónias por Províncias Ultramarinas. No entanto, os tais selos do Império Colonial Português circularam até 1957.
Mesmo assim, neste período, foi publicado em 1954 (Dec.-Lei nº 39666, de 20 de Maio) o Estatuto do Indigenato. Nele se definiam as condições requeridas aos "indígenas" para se elevarem à categoria de assimilados:

  • ter 18 anos
  • falar português
  • ter uma profissão certa

  • não ser desertor nem refractário ao serviço militar
  • aceitar o catolicismo
  • ...
    É claro que cerca de 99% da população das colónias não tinha essas condições, pelo que não eram considerados cidadãos portugueses. Este Estatuto foi abolido em 1961, e os "indígenas" foram elevados todos à categoria de "assimilados". É que a política e o domínio colonial tinham já a reprovação mundial, nomeadamente na ONU.

    Andámos mesmo metidos na "guerra colonial", as tais "guerras que decorriam em África".
    ...E a descolonização tem muitos anos de história, muito antes dos "revoltosos e a politicalhada" do 25 de Abril.
    Já muito longe, lembrar que os EUA declararam a sua independência em 4 de Julho de 1776 e o Brasil lançou o grito do Ipiranga em 7 de Setembro de 1822. Com luta. Também várias colónias da América espanhola conquistaram a sua independência política no período de 1810 a 1828, por meio de várias revoltas.

    Mas vamos para mais perto:
    O Sr. Sylvester Williams, da Trinidad, divulgou, em 1900, na cidade de Londres, pela primeira vez as ideias pan-africanas. Estas ideias medraram após a guerra de 1914-18, que foi incentivadora de sentimentos de autonomia nos territórios sob administração europeia. O presidente Wilson, ainda antes do fim da guerra, pusera como base para as negociações de paz o reconhecimento dos interesses das populações, particularmente das colónias, o que veio a ter ressonâncias na Conferência de Versalhes. E os EUA surgiram como defensores da doutrina da autodeterminação dos povos.

    Vem a seguir a Sociedade das Nações a apoiar os ainda incipientes movimentos emancipalistas. Foi também no período do após-guerra que pan-africanistas, como o americano William Du Bois, o jamaicano Marcus Garvey e o haitiano Jean Price-Mars, que, havia anos, vinham lutando pela afirmação da raça negra e por demonstrar a importância da África, se sentiram encorajados a organizar os primeiros congressos pan-africanos em Paris, no ano de 1919, Londres em 1921 e 1923 e Nova Iorque em 1927.
    Mas, já em 1912 se tinha constituído em Lisboa a Junta de Defesa dos Direitos de África. Esta tinha por fins estatutários federar todas as agremiações da África Portuguesa, lutar pela educação das colónias para poderem vir a governar-se a si mesmas, promover a revogação de leis de excepção em vigor naquelas, valorizar os estudantes africanos e insurgir-se contra as ofensas ao direito e à justiça, sem olhar a diferenças de religião, raça ou nacionalidade, através de uma intervenção de carácter essencialmente pedagógico e cultural (dados da CECA).

    A segunda Grande Guerra provoca um abrandamento neste clima reivindicativo, mas em Março de 1945, Du Bois organiza, em Manchester, o V Congresso Pan-Africano, durante o qual sobressaíram os nomes de Kwame Nkrumah, do Gana, e George Padmore, de Trinidad. O congresso aprovou uma declaração da delegação oeste-africana, segundo a qual a única solução para o problema existente residia na completa e absoluta independência para os povos da África Ocidental.
    A partir daqui, multiplicam-se as iniciativas e manifestações que dão expressão aos movimentos pan-africanos que, por sua vez, começam a apoiar-se na noção de negritude, lançada já nos anos 1933-35 por Leopold Sengohr, do Senegal, e Aimé Césaire (recentemente falecido), da Martinica.

    O conceito tido então como uma recusa pelos negros da assimilação cultural que lhes quisesse ser imposta, é ligado ao de independência que, por seu turno, era tomado como a correspondente recusa a uma assimilação política, pretendendo-se que fosse um instrumento sério de libertação e de solidariedade no mundo de então.

    Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade e Amilcar Cabral fundam em Lisboa o Centro de Estudos Africanos, em 1948. Neste mesmo ano, são presos em Lourenço Marques centenas de africanos, que são deportados para S. Tomé e Príncipe. Em 1949, é criado o núcleo dos Estudantes Secundários Africanos, por Eduardo Mondlane e outros.
    Em 1951, como já disse, o governo português altera a Constituição, passando as Colónias a designar-se Províncias Ultramarinas, e, em 1953, é promulgada a Lei Orgânica do Ultramar. Mas é também neste ano que é fundado o Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola. Começam a criar-se barricadas dum lado e doutro.

    Há, em 18 de Abril de 1955, a Conferência de Bandung, na Indonésia, com o objectivo de "Fomentar a boa vontade e compreensão entre as nações da Ásia e África, estudar e favorecer os seus interesses mútuos e comuns para estabelecer e promover a amizade e relações de boa vizinhança. Examinar os problemas que interessam especialmente aos povos da Ásia, por exemplo, os problemas que afectam a soberania nacional como o racismo e o colonialismo. Apreciar a posição da Ásia e da África e dos seus povos no mundo contemporâneo, bem como a contribuição que eles podem dar ao fortalecimento da paz e cooperação internacional".

    No seu comunicado final, afirma-se explicitamente a adesão plena e inteira dos participantes à Carta das Nações Unidas e à Declaração Universal dos Direitos do Homem, e menciona-se o dever de todos os povos libertados ajudarem os povos ainda dependentes a alcançar a sua soberania.

    Começa a escalada:


    1954 - Angola – Fundação da UPNA (União das Populações do Norte de Angola) sob presidência de Holden Roberto,a 10 de Julho. Guiné - Fundação do MINGC (Movimento pala Independência Nacional da Guiné e Cabo Verde).


    1955 - Angola – Fundação do PCA (Partido Comunista Angolano), em Outubro.

    1956 - Angola – De 7 a 17 de Março, ocorrem movimentos de greve dos trabalhadores contratados no Norte de Angola. A 10 de Dezembro é fundado o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), sob presidência de Agostinho Neto, por fusão do PLUA (Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola) e do MIA (Movimento pela Independência de Angola). Guiné - Fundação em Bissau, a 19 de Setembro, do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e de Cabo Verde), sucedendo ao MINGC (Movimento pala Independência Nacional da Guiné e Cabo Verde) e sob a presidência de Amilcar Cabral.

    1957 - Portugal- Implantação da PIDE nas colónias portuguesas. Criação em Paris do MAC (Movimento Anti-Colonial) que agrupa os movimentos anti-coloniais portugueses, em Dezembro.

    1958 - Angola - Fusão do MINA (Movimento pela Independência de Angola) no MPLA. A UPNA passa a designar-se UPA (União dos Povos de Angola) em Dezembro. Guiné – Criação da UNTG (União Nacional dos Trabalhadores da Guiné), movimento sindical clandestino.

    1959 - Angola – A 29 de Março, prisões em massa em Luanda, que dão lugar ao "Processo dos 50", envolvendo africanos e europeus, entre os quais um casal de médicos, a Drª. Julieta Gandra e o Dr. Cochat Osório e, também o Engº Calazange. Estabelecimento da Força Aérea Portuguesa em Angola com uma demonstração no aeroporto de Luanda, incluindo ataque ao solo, destinada a atemorizar a população africana, no dia 26 de Abril. Em Julho, acontece nova vaga de prisões em Luanda. Guiné – No dia 3 de Agosto há uma greve no porto de Pidgiguiti, em Bissau, reprimida com o morticínio dos estivadores e realiza-se o dia internacional de solidariedade com os povos da Guiné e de Cabo Verde. Fundação, em Dakar, da FLGC (Frente de Libertação da Guiné e de Cabo Verde). Moçambique – Fundação do MANU (União Nacional Africana de Moçambique).

    1960 - Em Janeiro, o MAC transfere-se para Argel e passa a denominar-se FRAIN (Frente Revolucionária Africana para a Independência Nacional). No dia 14 de Dezembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclama a Declaração à Independência dos territórios portugueses e povos sujeitos ao domínio colonial. Angola – Em Agosto é preso Agostinho Neto. A 13 de Junho o MPLA faz uma declaração ao governo português, propondo a solução pacífica do problema colonial. No dia 25 do mesmo mês é preso em Luanda o Padre Joaquim Pinto de Andrade. A 31 de Outubro dá-se a fusão da UPA e do PDA na FCPPA (Frente Comum Popular das Populações de Angola). No dia 29 de Dezembro são fuzilados 20 angolanos presos em Luanda. Guiné – Início da doutrinação do PAIGC entre a população. Declarações do PAIGC ao governo português, reclamando a autodeterminação, por meios pacíficos, dos povos da Guiné e de Cabo Verde. Moçambique – Massacre de Mueda, que provoca 500 mortos (1).

    1961 - Assembleia Constituinte da CONCP (Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas), em Casablanca, a 18 de Abril. No dia 13 de Novembro, por 90 votos contra 3, a Comissão de Tutela da ONU condena a política colonial Portuguesa. Ocupação de Goa, Damão e Diu pela União Indiana, a 18 de Dezembro. Portugal – A 14 de Abril, Salazar, ameaçado por um golpe de estado, remodela o governo e acelera a repressão em Angola. As grandes empresas portuguesas com interesse nas colónias associam-se numa campanha de propaganda colonialista no EUA. Em Setembro são abolidas as diferenças legais entre indígenas e assimilados (Dec.-Lei nº 43893, de 6 de Setembro). Na noite da passagem de ano, a 31 de Dezembro, um grupo, ligado ao general Humberto Delgado, de militares comandados pelo capitão Varela Gomes e de civis chefiados por Manuel Serra, ataca o quartel do Regimento de Infantaria nº 3, em Beja. Angola – Massacre de agricultores do algodão na Baixa do Cassanje, a 6 de Janeiro. Início da revolta armada a 4 de Fevereiro, com o ataque às prisões de Luanda por destacamentos do MPLA, seguido pelo massacre de milhares de africanos. A 15 de Março, eclosão da revolta no Norte (Uíge e Zaire) por elementos da UPA, que chacinam centenas de europeus. Começa a guerra em Angola. Guiné – Prisão de 20 elementos do PAIGC em Bissau. Carta aberta de Amilcar Cabral ao governo português, reclamando a independência da Guiné e de Cabo Verde, ao mesmo tempo que a cooperação dos respectivos povos com o governo português. Moçambique – Fundação no Malawi da UNAMI (União Africana de Moçambique Independente). A 25 de Junho do ano seguinte, UDENAMU, MANU e UNAMI, agrupam-se com o nome de FRELIMO, elegendo presidente Eduardo Mondlane.

    1963 - Na Guiné, o PAIGC ataca o quartel de Tite em 23 de Janeiro, e em 1 de Março captura os navios Mirandela e Arouca na região de Cacine. Começo da guerra na Guiné.

    1964 - 24/Set - Primeira acção da FRELIMO no Niassa, com ataque ao posto administrativo do Cobué. Começo da guerra em Moçambique.
    Aos ventos da história e a esta escalada, à realidade, como responde o Dr. Salazar? Aceita as ofertas para solucionar pacificamente o problema colonial? Respeita as resoluções das Nações Unidas? Nada disso. Consumada a "Abrilada", como ficou conhecida uma tentativa palaciana de um grupo de oficiais encabeçados pelo general Botelho Moniz, para travar o rumo dos acontecimentos, Salazar assume a pasta da Defesa Nacional. Proclama que estamos "orgulhosamente sós" e escolhe a guerra.

    A falta de flexibilidade do governo português terá sido também provocada, paradoxalmente, pelo atraso económico e pela vulnerabilidade do país – por um lado, porque o império era ainda essencial para sectores importantes da produção nacional, que necessitavam dos mercados coloniais protegidos, por outro lado, porque se tinha geralmente a convicção de que não seria possível substituir o controle político directo no ultramar por outras formas de influência, como a Grã-Bretanha fez com a Commonwealth e a França procuravam fazer.

    I. Pessoal

    Ia. Efectivos nos três T. Op.




    Numa base percentual, Portugal tinha mais homens em armas do que qualquer outro país ocidental, excepto Israel. A mobilização em Portugal teria sido equivalente aos Estados Unidos colocarem 2,5 milhões de homens no Vietname, em vez dos 500 mil que lá estiveram.
    Ao longo da guerra, a política de "africanização" de efectivos em campanha levou ao aumento progressivo de recrutamento local.

    Nem podia ser de outra forma, atendendo ao desgaste que o esforço de mobilização provocava à retaguarda. Ele eram os refractários e desertores. Ele era o número de jovens que preferiam atravessar a fronteira a salto, e partir para a aventura da emigração clandestina na Europa, do que ir defender a Pátria nas matas africanas. Para já não falar do curso de engenharia da Academia Militar que aproveitou a viagem de finalistas para pedir asilo político na Suécia.

    E ela era também uma opinião pública que não parava de questionar a guerra, incluindo sectores insuspeitos da sociedade portuguesa, tidos como aliados, ou pelo menos tradicionalmente coniventes com o regime. Do pároco de Macieira de Lixa, ao Padre Felicidade Alves, aumentavam no clero, as vozes que se interrogavam publicamente sobre a tão propalada defesa da civilização cristã ocidental. Foi também o caso da vigília na Capela do Rato, em Lisboa, onde compareceram leigos, católicos destacados, incluindo professores universitários, e outras figuras públicas e respeitadas.

    Portanto, a chamada política de africanização da guerra, não foi mais do que a resposta desenrascada, diga-se, a uma necessidade premente que era esta: nem o país suportava o esforço de mobilização, nem a pressão da opinião pública o consentia. À boa maneira portuguesa, improvisou-se. Toca a africanizar, visto que a guerra é em África.

    Mas havia, e houve, o reverso da medalha: com essa solução acabou por se pôr a combater, na mesma colónia, africanos contra africanos. E se isso contribuiu para minar os movimentos de libertação, de acordo com a velha máxima de dividir para reinar, acabou por ter um efeito perverso: o sangue derramado entre irmãos tem um preço muito alto. E nós, lembramo-nos particularmente do massacre dos comandos e outros guineenses que combateram do nosso lado. E será que já deixou de ser pago?...

    Ib. Recrutamento local dos efectivos (%)



    II. Total das despesas ordinárias com a Defesa Nacional (milhares de contos)



    A guerra colonial foi uma aventura que envolveu a generalidade dos portugueses e custou ao país cabedais avultados (40% do orçamento nacional foi aplicado na guerra).
    Além disso, os custos em vidas humanas de militares do exército português cifram-se em 8.290, segundo dados oficiais publicados pela CECA. A estes há que somar os militares da Armada e da Força Aérea que também perderam a vida. O número total dos três ramos orça os dez mil. Será difícil contabilizar ainda as chamadas tropas irregulares do recrutamento local, forças policiais e, principalmente, população civil. Quanto ao número de feridos, ultrapassou os quarenta mil. seguinte quadro comparativo:

    III. Rácio de mortes/ferimentos (comparação com outros conflitos séc. XX)



    Sobre o número de mortos e feridos guineenses, angolanos e moçambicanos – incluindo guerrilheiros e população civil – não dispõe o Exército Português de dados estatísticos. Mas terão sido, certamente, várias centenas de milhares.

    A descolonização portuguesa tem sido quase exclusivamente falada numa perspectiva de tempo curto, privilegiando o período que vai da revolução de 25 de Abril de 1974 até à data da proclamação da independência da Guiné, no fim desse ano, e de Angola, a 11 de Novembro do ano seguinte.

    Mas é bem claro que ela faz parte de um movimento mais vasto, de ordem global, iniciado sobretudo logo após a 2.ª Guerra Mundial mas, nalguns casos, com raízes mais longínquas. O nosso camarada Coronel Gertrudes da Silva apontou-nos alguns exemplos, e só em África (alguns já depois do início da nossa guerra):



    Como ele diz, "Em Portugal, orgulhosamente sós, resistimos aos ventos de mudança, representando teimosamente a nossa comédia, pela Guerra Colonial transformada em tragédia".
    Não foi certamente pela cegueira política de um ditador, ou pelas ridículas teorias racistas que o exército português se transfigurou, esforçou e sacrificou durante a longa guerra colonial. Profissionais ou não, voluntários ou obrigados, os militares cumpriram a parte que lhes cabia, que era a de dar tempo e margem de manobra aos políticos para que resolvessem a questão colonial.

    Não houve intenção política de resolução... e veio o 25 de Abril.

    E, caro Magalhães Ribeiro, quem andou treze anos aos tiros a lutar pela sua independência não queria, com certeza, que no final lhe dessem biscoitos e rebuçados. E nós por cá também não queríamos a alternativa que havia, que era a continuação da guerra, que sabemos que sucederia inevitavelmente na Guiné e também, certamente, em Angola e, mais que certo, em Moçambique.

    E uma última questão:

    Não me parece possível que a FLING alguma vez pudesse fazer qualquer boicote em Bissau, dado que desde 1965 tinha desaparecido da cena política. Além de que estava completamente desacreditada entre os países africanos, nomeadamente por os seus dirigentes terem desviado milhões de francos que a OUA e a Libéria deram à organização... para uma luta que mal se viu (aliás, uma das preocupações do seu secretário-geral está expressa numa carta que dirigiu ao Ministro do Ultramar em 4 de Abril de 1964:

    "... Tomo a liberdade de enviar a V.Exª fotocópias dos meus documentos visto que, se for a Portugal contactar V.Exª gostaria de fazer algumas cadeiras do 7.º ano que não cheguei a concluir".

    Recomendo-te que leias o livro que o nosso amigo Leopoldo Amado tem em vias de publicação (está para breve). Ele é que pode falar bem sobre esta questão

    Abraços

    A.Margues Lopes
    __________

    Notas:

    1) este nº não está de acordo com os registados pelo administrador de posto em recentes declarações à RTP para o programa "Guerra".

    Adaptação do texto e notas da responsabilidade de vb. Artigo relacionado em

    7 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2818: FLING, mito ou realidade ? (Magalhães Ribeiro, Fur Mil Op Esp, CCS/BCAÇ 4612/74, Mansoa)

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