A informação veiculada em quadros e gráficos estatísticos é imensa e multivariada. Geralmente, fazem-se análises particulares segundo o ângulo que ao observador interessa mais, que noutros momentos, pode ser muito diferente. Assim, creio que o disponibilizarem-se quadros e gráficos estatísticos aos estudiosos é muito importante e que, num blogue, permite que se faça debate das interpretações e análises que cada observador faz dos dados apresentados.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Redes Sociais em Portugal: Análise de Audiências Dez’09 (III)

via Dissonância Cognitiva by Bruno Ribeiro on 12/11/09

Depois de recorrer à listagem do serviço Alexa para ver o "ranking" das redes sociais em Portugal, e de usar o Google Trends for Websites para verificar quais as tendências de tráfego dessas mesmas redes sociais, neste terceira parte da análise vou recorrer novamente ao Google Trends, mas desta vez focando na pesquisa que é uma das medidas que podemos usar para ver qual o interesse dos utilizadores de internet em determinados assuntos. Tal como fiz com o tráfego, fica aqui a análise individual de cada uma das redes sociais.

Hi5

O padrão de pesquisas no Google para o hi5 é similar ao verificado em termos de tráfego: queda progressiva! Depois de um crescimento acentuado até final de 2007, verifica-se uma manutenção no volume de pesquisas registadas até ao início de 2009, sendo que este ano o interesse tem vindo a decair.

Facebook

Já o crescimento no interesse pelo Facebook não poderia ser mais evidente, sobretudo nos últimos meses.

Em termos comparativos vemos que o Facebook está quase a atingir os mesmos valores em termos de pesquisa que o hi5, como acontece com o tráfego. O número de utilizadores do hi5 continua certamente a ser superior, resta saber por quanto mais tempo.

Twitter

Este gráfico para o Twitter é bem mais interessante do que o que apresentei ontem. A queda no tráfego registada pelo Google poderá dever-se à utilização de outras plataformas de acesso ao serviço, mas a queda nas buscas depois de um forte interesse no início de 2009 demonstra que o Twitter está a "passar de moda". Quem usa o serviço – como é o meu caso – consegue perfeitamente perceber estes dados: o Twitter pode ser uma ferramenta muito interessante mas, apesar de ser fácil de usar, por vezes é complicado encontrar um sentido para "a coisa". Com tantos serviços a pedirem a nossa atenção, uma barreira tão acentuada na obtenção de benefícios é algo que certamente afastará muitos utilizadores.

MySpace

O caso do MySpace continua a intrigar-me: apesar da queda no tráfego, a queda em termos de interesse não é assim tão notória embora esteja presente. Talvez isto se deva ao facto de a forte ligação ao universo da música não tornar o Facebook um concorrente directo, como acontece ao hi5, mas sim um serviço com um propósito diferente.

Orkut

Sem os dados de tráfego torna-se difícil perceber o que esperar para o Orkut em Portugal. Os dados Alexa apontam para uma queda de popularidade, o que é corroborado pelos dados de pesquisa.

Badoo e Tagged

O caso do Badoo não deixa de ser curioso porque o interesse nesta rede social continua a manter-se apesar da queda em termos de tráfego. O mesmo não pode ser dito do Tagged cujas pesquisas vão caindo.

LinkedIn

O gráfico referente ao LinkedIn está de acordo como aquilo que prognostiquei em Agosto: o maior interesse pelo uso de redes sociais em termos profissionais iria levar a um maior interesse nesta rede social.

Concluindo

O que retiro destes três (I, II, III) posts é que aquilo que já era notório em Agosto fica evidente em Dezembro: o Facebook está a crescer em popularidade no nosso país muito provavelmente à custa do hi5. O LinkedIn está a crescer em termos de interesse, embora não se possa dizer que seja uma das redes sociais mais utilizadas em Portugal. No que ao Twitter diz respeito nota-se uma queda no interesse – o que não significa que haja menos utilizadores ou que o serviço não tem futuro – uma vez passada a fase de hype do início do ano. Nada de anormal, entenda-se. Quanto ao MySpace penso que uma maior dedicação à comunidade musical seja a melhor forma de se manter relevante. Se tiver possibilidade, irei repetir esta análise em meados de Março de 2010 para então ver como está o panorama das redes sociais em Portugal.

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