A informação veiculada em quadros e gráficos estatísticos é imensa e multivariada. Geralmente, fazem-se análises particulares segundo o ângulo que ao observador interessa mais, que noutros momentos, pode ser muito diferente. Assim, creio que o disponibilizarem-se quadros e gráficos estatísticos aos estudiosos é muito importante e que, num blogue, permite que se faça debate das interpretações e análises que cada observador faz dos dados apresentados.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Dívida externa: Portugal à beira da falência!

via Um Jardim no Deserto em 13/01/09

Não, a culpa não é da crise: é mesmo do actual governo ps liderado pelo quase-engenheiro.

Para melhor visualizar o descalabro construíram-se alguns gráficos.

Dívida externa Portugal 2003-08

Dívida Externa Portuguesa
Como se sabe a Dívida Externa total é o somatório dos empréstimos contraídos no exterior pelo próprio Estado, por outras instituições públicas e privadas e pelos financiamentos do sector da banca.
No final do primeiro semestre de 2008 a dívida externa total portuguesa atingia o valor máximo de sempre, 344 mil milhões de euros (aproximadamente o dobro do PIB nacional), ou seja 200% do PIB*. Para mais facilmente se perceber este montante absurdo, basta pensar que, mantendo os mesmos níveis de produção, todos os portugueses teriam em teoria que trabalhar dois anos sem ganhar vencimento para poderem pagar a dívida externa do país. ...
(Algarve Reporter, E agora, Portugal?, Crónica do Serrone, 05/Janeiro/2009)

Dívida externa Portugal 2003-08

No gráfico em baixo faz-se uma simples projecção gráfica do aumento da dívida externa total, caso o ritmo de crescimento se mantivesse constante.

Dívida externa Portugal 2004-09

A dívida externa total de Portugal rondaria assim, em 2009, os 400000 milhões de euros num cenário de contenção(?) de despesas.

Mas, infelizmente, ela será muito maior, pois este governo de liderança pouco iluminada vai avançar pela via do furioso aumento do gasto público, com a construção da Rede de Alta Velocidade/TGV (custo estimado em 7500 milhões de euros) e do NAL-Novo aeroporto de Lisboa (custo estimado em 3300 milhões de euros).

Uma fuga para a frente em direcção ao abismo do sobre-endividamento, um verdadeiro suicídio económico que os portugueses pagarão muito caro e por muito tempo.

Com três (3) actos eleitorais à porta é claríssima a opção do primeiro-ministro: iniciar quanto antes a farta distribuição devida pelo favor político, precavendo o precalço eleitoral que cada vez parece mais certo em período de grave recessão económica.

É claro que ele tem a mentirosa desculpa preparada:

Sócrates já iniciou o discurso de desculpabilização do governo. Segundo ele, este estava a fazer um bom trabalho com resultados surpreendentes que se tinham já traduzido na recuperação da economia e no crescimento económico. Mas agora uma crise externa imprevisível, de que não tem culpa, veio estragar o bom trabalho que estava a fazer. É este o novo discurso de desculpabilização do governo, que interessa analisar e confrontar com dados mesmo do FMI, Eurostat e Banco de Portugal sobre a evolução do nosso País nos últimos anos. ... (O discurso da desculpabilização do governo, a cambalhota de Sócrates na AR e as consequências da ruinosa gestão capitalista, por Eugénio Rosa, na Resistir.info, em 12/Outubro/2008)

Uma das mensagens que Sócrates e todo o governo têm procurado fazer passar, é que o País estava a recuperar, mas que a crise financeira internacional, de que ele não tem culpa, veio estragar tudo. Isso não é verdade pois o agravamento da situação é também anterior à crise. No período de 2005-2008 com Sócrates, o crescimento económico em Portugal foi, em média, igual a menos de metade da média da União Europeia, pois em 4 anos Portugal cresceu apenas 4,8% enquanto a UE27 aumentou 9,8%. ... (Quatro anos de governo Sócrates - Agravamento da situação económica é anterior à crise internacional, por Eugénio Rosa, n' O Diário.info, em 29/11/08)



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