A informação veiculada em quadros e gráficos estatísticos é imensa e multivariada. Geralmente, fazem-se análises particulares segundo o ângulo que ao observador interessa mais, que noutros momentos, pode ser muito diferente. Assim, creio que o disponibilizarem-se quadros e gráficos estatísticos aos estudiosos é muito importante e que, num blogue, permite que se faça debate das interpretações e análises que cada observador faz dos dados apresentados.

sábado, 8 de novembro de 2008

Eleições: a diferença de olhar entre bloggers e jornalistas

via Certamente! by Paulo Querido on 11/6/08

Não sendo surpresa que jornais e blogs tratam os assuntos de forma diferente, as eleições americanas foram uma excelente oportunidade para quantificar essa diferença.
Para verificar a diferença de olhar, peguei no conjunto de artigos publicados num e noutro lado ao longo da última semana da campanha americana e contei as ocorrências dos nomes dos candidatos à presidência, bem como dos seus vices — Barack Obama e Joe Biden, John McCain e Sarah Palin; depois, optei por gráficos que dão facilmente a perspectiva das diferenças. Analisei um total de 1.311 artigos, dos quais 596 publicados pelos mainstream media (MSM) e 715 pela blogosfera.
O principal problema foi… descartar as fontes repetidas, nomeadamente os parasitas que copiam o noticiário da imprensa e surgem no Google muitas vezes melhor posicionados que os originais. Evitei também os agregadores, que também não contêm originais.
(Nota: apesar da inspiração gráfica, estas "bolhas" não são diagramas de Venn.)

A primeira conclusão que resulta destes quatro gráficos é a maior atenção dedicada pela blogosfera ao candidato democrata, referenciado praticamente o dobro das vezes. Como se nota no primeiro quadro, os MSM distribuem a sua atenção em doses mais equilibradas que os blogs (segundo quadro).
A segunda conclusão imediata tem a ver com a desproporção de atenção, quando passamos para os vices (abaixo). Quem provoca este desequilíbrio na ordem natural da comunicação?

Sarah Palin. O fenómeno mediático em que a campanha republicana apostou para tentar ganhar uma guerra que parecia perdida. E na verdade Palin levou holofotes à campanha e alento às hostes. Mas o cômputo final do lance far-se-á em função dos resultados. O que esta análise mostra é que Palin impressionou muito mais os jornalistas do que os bloggers.

Paulo Querido, jornalista

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